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Taking risks is part of life. Every day, we make decisions that involve uncertainty — sometimes small, sometimes huge. In journalism, that’s even more intense: we deal with tight deadlines, urgent stories, sensitive topics… and, every now and then, choices that directly affect our routine — and our sanity. My most recent risk? Taking on two jobs at the same time.
Yeah, I know. It sounds simple on paper, but in reality, it requires flexibility — or, depending on the day, the adaptability of someone with multiple personalities. Honestly, on a few particularly confusing mornings, I’ve caught myself wondering: am I turning into Kevin from Split? One shift is reporting and fact-checking, the other is editing and writing. Each job has its own demands, pace, and universe. All that’s missing now is a personality that cooks my lunch.
Both jobs are in journalism, but for safety reasons (and maybe to keep a bit of journalistic mystery alive), I can’t go into too much detail about the second one. The nature of the work requires discretion — and while that might seem ironic for someone in communication, we journalists know that not everything can — or should — be said.
The good news is that, contrary to what many might assume, this second job is surprisingly light. The environment is calmer, the deadlines are less brutal, and the overall pace doesn’t make me want to run off to a cabin in the woods. The contrast with my first job is almost cinematic: one is action-packed and stressful; the other feels more like a peaceful documentary with a soft instrumental soundtrack. And honestly, it’s been incredibly refreshing.
The pay, of course, is also a key part of the equation. Working in two places has allowed me to get my finances in better shape, breathe easier at the end of the month, and even start planning things that once seemed out of reach. In short: it’s been worth it — both financially and emotionally.
Of course, there’s another side to the coin. Having two jobs means making sacrifices. Free time has become rare, afternoon naps are a distant memory, and my social life now depends on carefully scheduled gaps between assignments. But, oddly enough, I’ve found joy in this organized chaos. I feel more disciplined, more grounded, and even more creative. Maybe it’s a side effect of having so many “versions” of myself activated at once — or maybe I’m just learning to handle the madness with a little more grace.
Would I go back on the decision? Not at all. Working double shifts is definitely a risk — but one that’s taught me a lot about who I am. And let’s be honest: every journalist has a little bit of crazy in them, right? The secret is to channel it in the best way possible. In my case, somewhere between one deadline and the next, I’ve found a new sense of balance. And no matter how exhausting it can be at times, knowing I’m doing something meaningful in two different places gives me that warm feeling of a job well done — or maybe just a really well-written script.
Assumir riscos faz parte da vida. A cada dia, tomamos decisões que envolvem incertezas — às vezes pequenas, às vezes enormes. No jornalismo, isso é ainda mais intenso: lidamos com prazos apertados, pautas urgentes, assuntos delicados… e, de vez em quando, com escolhas que mexem diretamente com nossa rotina e sanidade. Meu risco mais recente? Ter dois empregos ao mesmo tempo.
Sim, eu sei. Parece simples no papel, mas na prática exige um jogo de cintura — ou, dependendo do dia, de alguém com múltiplas personalidades. Inclusive, em algumas manhãs mais confusas, já me peguei pensando: será que estou virando o Kevin de Fragmentado? Um turno responde e apura, o outro revisa e escreve. Cada emprego com sua demanda, seu ritmo, seu universo. Só falta agora uma personalidade que faça meu almoço sozinha.
Ambos os trabalhos são dentro do jornalismo, mas por motivos de segurança (e um pouco de mistério jornalístico também), não posso abrir muito sobre o segundo. A natureza desse emprego exige descrição, e embora pareça estranho para quem trabalha com comunicação, sabemos bem que nem tudo pode — ou deve — ser dito.
A boa notícia é que, diferente do que muita gente imagina, esse segundo trabalho é surpreendentemente leve. O ambiente é mais tranquilo, os prazos menos cruéis e o ritmo não me deixa com vontade de fugir para uma cabana no mato. O contraste com o meu primeiro trabalho é quase cinematográfico: um é ação e estresse; o outro, mais próximo de um documentário calmo com trilha instrumental de fundo. E isso tem feito um bem danado.
A remuneração, claro, também tem sido uma parte importante nessa equação. Trabalhar em dois lugares tem me permitido organizar melhor a vida financeira, respirar com mais alívio no fim do mês e até fazer planos que antes pareciam distantes. Em resumo: tem compensado — no bolso e na alma.
Claro que há o outro lado da moeda. Ter dois empregos exige renúncias. O tempo livre ficou mais escasso, as sonecas vespertinas viraram lenda e minha agenda social agora depende de encaixes estratégicos entre uma pauta e outra. Mas, curiosamente, tenho descoberto prazer nesse caos organizado. Me sinto mais disciplinada, mais segura e até mais criativa. Talvez sejam os efeitos colaterais de viver com tantas “versões de mim mesma” ativas ao mesmo tempo — ou talvez eu só esteja aprendendo a lidar com a loucura com um pouco mais de leveza.
Se eu voltaria atrás? Não. Trabalhar dobrado é um risco, sim, mas um risco que tem me ensinado muito sobre mim mesma. E, convenhamos: todo jornalista tem um pouquinho de louco, né? O segredo é canalizar isso da melhor forma possível. No meu caso, entre um deadline e outro, tenho encontrado um novo equilíbrio. E por mais cansativo que seja às vezes, no fim do dia, saber que estou fazendo algo que vale a pena em dois lugares diferentes me dá uma sensação gostosa de missão cumprida — ou de filme bem roteirizado.
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Parabéns pelos dois emprego! Espero que eles não consuma muito de você, porque uma hora o corpo cobra, não sei se perde noites, para cumprir alguma demanda, ou algo parecido. Mas, fico feliz que seu financeiro está melhor!