Despite anti-slavery laws, it remains prevalent in many parts of the world. Many have heard that some Chinese products are manufactured using slave labor. When I started importing products from China around 2010, it was common to see memes on social media about imported products that came with supposed "cries for help" hidden inside the packaging.
In Brazil, we sometimes come across news stories of people being rescued from conditions akin to slavery. These incidents usually occur in remote locations, far from urban centers, such as isolated farms. These people are kept away from everything and everyone, forced to work in exchange for only food and a precarious place to sleep. Escape is often impossible: the farm manager threatens to kill anyone who tries to escape, and the nearest town is too far on foot.
My wife's stepfather had a similar experience. He came from a humble family, and since there were no jobs in his town, he accepted an invitation to work on a farm in the interior of Bahia. They promised him a house, food, and a salary. For someone starving, it was a tempting offer.
However, within the first few days, he realized the reality. He was kept practically in captivity, working all day on the crops and caring for the animals. Food was scarce and lacking in protein. Over time, he discovered that the farm manager received meat from the owner but didn't pass it on to the workers—he kept it for himself or even resold it. After almost a year in this situation, he managed to escape, hidden in one of the trucks that supplied the farm. When he told me this story, I saw tears well up in his eyes. This happened about 25 to 30 years ago.
But slavery isn't just this, visible and direct. Today, we also experience a more subtle, often invisible, slavery. Many of us wake up early, face long commutes to work, and spend 9 to 10 hours a day at a company. We repeat this routine daily, spending more time with coworkers than with our own families. At the end of the month, we receive a salary that barely covers bills and basic food. We don't live fully, we merely survive.
In comparison, we are trapped in a system like a slave was trapped on a farm. We return home so tired that all we can do is lie down and sleep, to start the routine again the next day. Just as slaves in the past received meager food, many of us also face food insecurity, with some unable to even secure three meals a day. The humiliations in the workplace are reminiscent of the whippings of yesteryear.
Traditional slavery, like that imposed on Black and Indigenous people in colonial Brazil, still exists in some remote locations. However, for most, it has simply changed its name: we call it "contract labor." We are slaves to a system that imprisons us by the need to survive and the ever-increasing cost of living.
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Apesar das leis contra a escravidão, ela continua presente em muitas partes do mundo. Muitos já ouviram falar que alguns produtos chineses são fabricados com trabalho escravo. Quando comecei a importar produtos da China, por volta de 2010, era comum ver nas redes sociais memes sobre produtos importados que vinham com supostos “pedidos de socorro” escondidos dentro das embalagens.
No Brasil, às vezes nos deparamos com notícias de pessoas resgatadas de condições análogas à escravidão. Geralmente, esses acontecimentos ocorrem em lugares remotos, longe dos centros urbanos, como fazendas isoladas. São pessoas mantidas distantes de tudo e de todos, obrigadas a trabalhar em troca apenas de comida e um local precário para dormir. Fugir, muitas vezes, é impossível: o gerente da fazenda ameaça matar quem tentar escapar e, a pé, a cidade mais próxima é distante demais.
O padrasto da minha esposa passou por uma experiência semelhante. Ele era de família humilde e, como não havia emprego em sua cidade, aceitou o convite para trabalhar em uma fazenda no interior da Bahia. Prometeram-lhe casa, comida e salário. Para quem estava passando fome, era uma proposta tentadora.
Porém, logo nos primeiros dias, percebeu a realidade. Era mantido praticamente em cativeiro, trabalhando o dia inteiro na plantação e no cuidado com os animais. A comida era escassa e sem proteínas. Com o tempo, descobriu que o gerente da fazenda recebia carne do dono, mas não a repassava aos trabalhadores – ficava para si ou até revendia. Depois de quase um ano nessa situação, ele conseguiu fugir escondido em um dos caminhões que abasteciam a fazenda. Quando me contou essa história, vi lágrimas escorrerem de seus olhos. Isso aconteceu há cerca de 25 a 30 anos.
Mas a escravidão não é apenas essa, visível e direta. Hoje também vivemos uma escravidão mais sutil, muitas vezes invisível. Muitos de nós acordamos cedo, enfrentamos longos trajetos até o trabalho e passamos 9 a 10 horas por dia dentro de uma empresa. Repetimos essa rotina diariamente, convivendo mais tempo com colegas de trabalho do que com a própria família. No fim do mês, recebemos um salário que mal cobre as contas e a alimentação básica. Não vivemos plenamente, apenas sobrevivemos.
Se compararmos, estamos presos a um sistema assim como o escravo estava preso a uma fazenda. Voltamos para casa tão cansados que resta apenas deitar e dormir, para recomeçar a rotina no dia seguinte. Assim como os escravos do passado recebiam comida precária, muitos de nós também enfrentamos a insegurança alimentar, e há quem não consiga sequer garantir três refeições por dia. As humilhações no ambiente de trabalho lembram os chicotes de outrora.
A escravidão tradicional, como aquela imposta a negros e indígenas no Brasil colonial, ainda existe em alguns locais remotos. Porém, para a maioria, ela apenas mudou de nome: chamamos de “contrato de trabalho”. Somos escravos de um sistema que nos prende pela necessidade de sobreviver e pelos custos de vida cada vez mais altos.
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Huhm....
It's sad to see how that the system still cage and exploit people today.