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If there's one thing that's intrinsically linked to getting older, it's that “it was better in my day” feeling. Time passes so quickly, but when we go back in time, we miss things that no longer exist or are no longer the same. In the past, for example, food was tastier and of better quality.

When we think back, we realize that the world is moving towards simplification. Communication, for example, was simplified in my country many decades ago. At the time of slavery, people referred to you using the term “vosmecê”, which was later simplified to “você”, and today, in informal messages on social networks, it is common to see only the acronym “VC”.

Something similar happened with music, which was also simplified. Before, song lyrics were more complex, like real poems, always well constructed. Nowadays, there are songs in which the lyrics practically don't exist, and those that do, repeat obscene messages, designed to stick in people's heads like chewing gum.

In my day, there were many songs that told stories creatively or conveyed important messages with breathtaking lyrics. Today, songs no longer have profound lyrics, but focus more on beats and rhythm, which seek to infect people with sound waves alone. But kids don't care and use these songs to do the famous TikTok dances, with lyrics that are often pornographic.

Some time ago, I watched a documentary that talked about the power of music. Depending on the type, music can even cure diseases, even cancer, as is the case with some pieces of classical music. On the other hand, music with agitated beats, such as funk, generates emotions related to sexuality, violence and other negative sensations.

Songs are full of subliminal and even explicit messages, no longer hiding their real intentions. Artists often no longer bother to produce quality music, perhaps because the formula for being among the most played hits or in the spotlight is to produce disposable and empty songs.

And the way things are going, everything tends to get even worse. For the current generation, everything seems normal as just another new song, but for those who have lived and known good music, they can't imagine how much worse things can get. It's not about the artist composing a song with good lyrics and some constructive meaning, it's about producing music that will be in the minds of young people, influencing what the lyrics propose.

However, I believe that although the world is simplifying in many ways, there will always be room for genuine art. It is essential that music, like any other cultural expression, regains its power to transform, reflect and heal. The challenge lies in balancing innovation and popularity with preserving its artistic value. As long as there are those who still seek real music, the essence of good music will never disappear. Even so, nowadays gold sometimes appears in the midst of so much garbage.

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Se tem algo que está intrinsecamente ligado ao fato de envelhecer é aquele sentimento de "no meu tempo era melhor". O tempo passa tão rápido, mas quando voltamos ao passado, sentimos saudades de coisas que hoje já não existem ou não são mais as mesmas. Antigamente, por exemplo, a comida era mais saborosa e de melhor qualidade.

Ao relembrarmos o passado, é possível perceber que o mundo caminha para a simplificação. A comunicação, por exemplo, foi simplificada no meu país há muitas décadas. No tempo da escravidão, as pessoas se referiam a você utilizando o termo "vosmecê", que mais tarde foi simplificado para "você", e hoje, em mensagens informais nas redes sociais, é comum ver apenas a sigla "VC".

Algo semelhante aconteceu com a música, que também foi simplificada. Antes, as letras das músicas eram mais complexas, pareciam verdadeiros poemas, sempre bem construídas. Atualmente, há músicas em que as letras praticamente não existem, e as que ainda têm, repetem mensagens obscenas, feitas para ficar gravadas na cabeça das pessoas, como chicletes.

No meu tempo, havia várias músicas que contavam histórias de forma criativa ou passavam mensagens importantes com letras de tirar o fôlego. Hoje, as músicas não têm mais letras profundas, mas se concentram mais nas batidas e no ritmo, que buscam contagiar as pessoas apenas com ondas sonoras. Mas a garotada não está nem aí e usa essas músicas para fazer as famosas dancinhas do TikTok, com letras que, muitas vezes, são pornográficas.

Há algum tempo, assisti a um documentário que falava do poder da música. Dependendo do tipo, a música pode até curar doenças, até mesmo o câncer, como é o caso de algumas peças da música clássica. Por outro lado, músicas com batidas agitadas, como o funk, geram emoções relacionadas à sexualidade, violência e outras sensações negativas.

As músicas estão cheias de mensagens subliminares e até explícitas, sem mais esconder suas reais intenções. Os artistas, muitas vezes, não se preocupam mais em produzir músicas de qualidade, talvez porque a fórmula para estar entre os hits mais tocados ou sob os holofotes seja produzir músicas descartáveis e vazias.

E do jeito que as coisas anda tudo tende a ser pior ainda, para a geração atual tudo parece normal como mais uma nova música, porém para quem viveu e conheceu as boas músicas nem imagina como as coisas podem ficar pior. Não se trata do artista compor uma música com boa letra e algum significado construtivo, se trata em produzir músicas que estará na cabeça dos jovens influênciando aquilo ao que a letra propõe.

No entanto, acredito que, embora o mundo esteja se simplificando de muitas maneiras, sempre haverá espaço para a arte genuína. É fundamental que a música, assim como qualquer outra expressão cultural, recupere seu poder de transformação, reflexão e cura. O desafio está em equilibrar a inovação e a popularidade com a preservação de seu valor artístico. Enquanto houver aqueles que ainda buscam música de verdade, a essência da boa música jamais desaparecerá. Ainda assim, nos dias de hoje as vezes ouro aparece no meio de tanto lixo.

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