The truth is the first to be sold [EN/PT]

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[EN]

The principle of journalism, in the purest essence of the profession, is to be the pillar of truth and transparency. The mission of journalism is to provide the public with completely impartial and accurate information. Well, as a journalist, I have the total freedom to say, bluntly and truthfully, that inside newsrooms and media outlets, the reality is far different from the ideal. As usual in my writings, I won’t be hypocritical and pretend that journalism is completely sold out. It pains me to know that this is our reality, but it is our reality.

The dissonance between the values that journalism preaches and what it practices is absurd. Manipulation of the truth, partiality, economic and political interests permeate the media, and there’s no denying it. Whoever denies it is lying.

We, journalists, theoretically, should be impartial, presenting facts neutrally, without taking sides, allowing the public to draw their own conclusions. But, to be honest, 100% of media outlets have some kind of bias. Political, economic, ideological, religious... there will always be an agenda to be followed. There will always be "someone" funding it. Impartiality is the utopia of our profession and 99% unreachable.

The media doesn’t operate in a vacuum. They are companies like any other. They are part of a capitalist system, and as we all know, money does buy influence. Especially when it comes to dictating what is or isn’t published. The larger media conglomerates have ties to political parties and big corporations—and here, I speak from experience, as I’ve worked for the largest media and communication conglomerate in Brazil, which is also one of the largest in the world (you know which one, right?). The news we read, watch, or listen to is shaped to serve the interests of "someone."

And anyone who thinks this manipulation happens only with fake news is mistaken. It’s much more subtle than that and starts with editorial choices. What deserves to be highlighted? What’s the order in which the news will be broadcast? Who will be the sources consulted? It’s at this moment that the audience’s perception will be influenced. It’s technical.

Journalism is so manipulative that the public doesn’t even notice these "malicious" nuances. The headline, for example, depending on how it’s framed, already emphasizes a particular aspect of the story that nudges the reader’s perception. The way we write—after all, all news, whether for TV, radio, print, or web, is first written—the tone we adopt, the images we use... all are carefully designed to influence the information conveyed to the public.

A perfect and recent example of this here in Brazil is the episode that happened last Sunday night during an electoral debate for the mayoralty of São Paulo, where one of the candidates, after enduring several insults from another, ended up hitting his opponent with a chair. How this was reported depends on each outlet’s bias. The "aggressor" candidate, on one hand, was portrayed as a victim, having endured verbal abuse for a long time, as the insults had been ongoing for some time. On the other hand, the "victim" was portrayed as just that—a poor soul who took a chair to the back on live TV, got injured, supposedly broke a rib—did he really?—and had to be taken away by ambulance, with oxygen mask and all. Was this what really happened, or what some of the media wanted the public to believe happened? Do you see the subtle manipulation there?

We must always remember that the media is an industry that depends on advertisers to survive, and these financiers have the power to influence directly what will be published. It’s a delicate relationship between the newsroom and the commercial department. Many times, we journalists have no choice, unless we want to end up unemployed, right? Editorial independence is sacrificed for economic interests.

In the communication business, advertising is the main source of revenue. Pleasing the advertisers is the order of the day. If a company sponsors a newspaper, that same outlet won’t work on reports that point out problems with the sponsoring corporation. At most, it will briefly mention it and give far more space for the company to run its advertising disguised as a ‘statement’—the so-called watered-down approach. The same thing happens in politics.

But this perception of manipulation has been growing significantly among the public, leading to a severe crisis in media outlets. Distrust has become widespread, and unfortunately, we’ve even seen journalists being physically attacked because of it, which is regrettable in any circumstance.

The monopoly on information, once held by major TV networks and newspapers, has been broken with social media and new ways of consuming information. Readers now have access to countless alternative sources, which is great in some ways, as it allows for different versions of the same story. However, on the flip side, it opens the door for the rampant spread of fake news, contributing even more to misinformation.

The logic behind fake news is somewhat simple: the more confused the public is, the harder it becomes to distinguish truth from lies. The result of this is what we see so often today: a divided, highly polarized society where the truth becomes relative, and facts, no matter how concrete, lose strength in the face of various ideological narratives.

It’s far from easy to know whether the information we receive is being conveyed correctly. It’s not easy to filter the truth. To do this, we need to consume the same story from diverse sources, try to find more independent outlets, analyze editorial lines, hone our critical thinking, and be alert to the subtle nuances of journalistic narratives.

Journalism faces a huge challenge in reinventing itself and regaining the public's trust, but there is still a glimmer of hope. We, as journalists, must fight for integrity and resist the pressures of manipulation. It’s a seed that must be watered daily, and who knows, perhaps it will bloom into our fundamental role: to inform, clarify, and keep the truth accessible to everyone.


All the content, pics and editions are of my authorship.
Written in PT-BR. Translated to EN-US using ChatGPT.
Cover: created by Canva.


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[PT]

O princípio do jornalismo, na essência mais pura da profissão, é ser o pilar da verdade e transparência. A missão jornalística é fornecer ao público informações completamente imparciais e precisas. Bom, como jornalista, tenho a total liberdade para dizer, de forma nua e crua, que, dentro das redações e dos veículos de comunicação, a realidade é bem diferente do ideal. Como de costume aqui nos meus textos, eu não vou ser hipócrita e fingir que o jornalismo é completamente vendido. Me dói saber que essa é a nossa realidade, mas é a nossa realidade.

A dissonância entre os valores que o jornalismo prega e o que pratica é absurda. Manipulação da verdade, parcialidade, interesses econômicos e políticos permeiam os meios de comunicação e não há como negar. Quem o fizer, está mentindo.

Nós, jornalistas, teoricamente, deveríamos ser imparciais, mostrar os fatos de forma neutra, sem tomar um lado da história, deixar que o público tire as suas próprias conclusões. Mas, para falar a verdade, 100% dos veículos de comunicação tem algum tipo de viés. Político, econômico, ideológico, religioso... sempre haverá uma agenda a ser cumprida. Sempre haverá "alguém" financiando. A imparcialidade é a utopia da nossa profissão e 99% inalcançável.

A mídia não opera no vácuo. São empresas como quaisquer outras. Fazem parte de um sistema capitalista e, como todos nós sabemos, o dinheiro compra, sim. Principalmente para ditar o que é ou não publicado. Os conglomerados maiores de comunicação tem laços com partidos políticos e grandes corporações - e aqui, falo com propriedade, já que fui colaboradora do maior conglomerado de mídia e comunicação do Brasil, que é um dos maiores do mundo também (sabem qual, né?). As notícias que lemos, assistimos ou ouvimos são moldadas para atender aos interesses de "alguém".

E se engana quem pensa que essa manipulação acontece apenas com fake news. É muito mais sutil do que isso e começa nas escolhas editoriais. O que merece destaque? Qual a ordem que a notícia será veiculada? Quem serão as fontes a serem ouvidas? É nesse momento que a percepção do público vai ser influenciada. É técnica.

O jornalismo é tão manipulador que o público nem percebe essas nuances "maldosas". A manchete, por exemplo, dependendo da forma como for apresentada, já enfatiza o fato de um determinado aspecto que induz o receptor da mensagem. A forma como escrevemos - afinal, todas as notícias, seja TV, rádio, impresso ou web, são, primeiramente, redigidas -, o tom que adotamos, imagens que usamos... tudo é extremamente pensado para influenciar a informação repassada ao público.

Um belíssimo exemplo disso e bem recente aqui no Brasil, é o episódio que aconteceu na noite do último domingo durante um debate eleitoral para a prefeitura de São Paulo, em que um dos candidatos, após sofrer várias ofensas por parte de um outro, acabou por desferir um golpe de cadeira no opositor. Como isso foi noticiado, cabe a cada veículo cumprindo seu viés. O candidato "agressor", por um lado, foi descrito como uma vítima, por ter aguentado calado por muito tempo, já que as ofensas aconteciam já há um certo período. Por outro lado, o "agredido" foi dado como vítima, pois afinal, coitado, né? Levou uma cadeirada em rede nacional, se feriu, quebrou uma costela - será mesmo? -, precisou ser socorrido por uma ambulância, com máscara de oxigênio e tudo mais. Será que isso foi o que realmente aconteceu ou o que uma parte da mídia quer que o público ache que aconteceu? Perceberam a sutil manipulação aí?

Temos sempre que ter em mente que a mídia é uma indústria, depende de anunciantes para sobreviver e são esse financiadores que tem o poder de influenciar diretamente o que vai ser divulgado. É uma relação delicada entre a redação e o departamento comercial. Muitas das vezes, nós, jornalistas, não temos para onde correr, a não ser que queiramos ficar desempregados. rs A independência editorial é sacrificada pelos interesses econômicos.

No meio da comunicação, a publicidade é a principal fonte de receita. Agradar os anunciantes é a ordem. Se uma empresa patrocina um jornal, esse mesmo veículo não vai trabalhar em reportagens que aponte os problemas da corporação patrocinadora. No máximo, vai falar brevemente e dar muito mais espaço para que a empresa faça sua propaganda em forma de 'nota', a tal da abordagem diluída. O mesmo acontece na política.

Mas essa percepção de manipulação vem crescendo significativamente por parte do público, gerando, até mesmo, uma grave crise nos veículos de comunicação. A desconfiança tem se tornado generalizada e, infelizmente, temos visto muitos profissionais até mesmo sendo agredidos fisicamente por isso. O que é lamentável em qualquer circunstância.

O monopólio da informação, antes pertencente às grandes redes de TV e jornais foi quebrado com as redes sociais e as novas formas de consumir informação. Leitores tem uma infinidade de fontes alternativas e isso é muito bom por um lado, pois permite saber diferentes versões de uma história. Porém, por outro lado, abre o espaço para a propagação desenfreada das fake news, contribuindo ainda mais para a desinformação.

A lógica é um tanto quanto simples se tratando das fake news: quando mais confuso, mais difícil torna para o público distinguir o que é verdade e o que é mentira. O resultado disso é o que vemos bastante hoje em dia, sociedade dividida e bastante polarizada, com a verdade sendo relativa e os fatos, por mais concretos que sejam, sem força diante de várias narrativas ideológicas.

Não é nem um pouco simples saber se as informações estão sendo repassadas da forma correta. Não é fácil filtrar a verdade. Para isso, devemos consumir a mesma notícia de fontes diversificadas, tentar buscar veículos mais independentes, analisar as linhas editoriais, apurar o senso crítico, estar atento às sutilezas da narrativa jornalística.

O jornalismo enfrenta um desafio enorme para se reinventar e recuperara a confiança do público, mas, ainda há uma ponta de esperança. Nós, jornalistas, devemos lutar pela integridade e resistir às pressões pela manipulação. É uma sementinha a ser diariamente regada e, quem sabe, fazer florescer o nosso papel fundamental: informar, esclarecer e manter a verdade acessível a todos.


Todo o conteúdo, imagens e edições são de minha autoria.
Escrito em PT-BR. Traduzido para EN-US usando o ChatGPT.
Capa: criada com Canva.


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7 comments

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Bzzz-rrr, eu concordo, @xlety! A verdade é o primeiro a ser vendida, e isso dói. Eu meio que esperava mais de jornalistas... agora parece que até mesmo a transparência é um luxo. #hivebr

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É realmente um momento complicado para o jornalismo em todos os lugares do mundo, a imparcialidade fica cada vez mais de lado e o que sobra é que a noticia que cada meio quer e precisa que seja divulgada é a que vai chegar em nossas casas.

Cada meio de comunicação com a sua ideia por defender, mas acho que existem muitos jornalistas sinceros, que tentam passar a verdade para as pessoas, posso dizer que sinto isso em você, sempre tentando passar as informações e noticias de forma verdadeira, isso mostra todo o seu profissionalismo!

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Pois é! Muitos de nós tentamos fazer o certo, mas, como eu disse, não somos nós que mandamo$$$$$

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Imagina que loucura, tu que trabalha justamente com jornalismo tendo que acompanhar a "excelência" do trabalho que é feito aqui no Brasil, hein?

Tenso!

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O pior é que não é só no Brasil, tem sido assim no mundo inteiro... eu amo minha profissão, mas tenho a visão totalmente crítica quanto a isso.

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Eu gosto muito de ouvir uma pessoa que entende da área dar esse tipo de pincelada, bem geral e de fácil entendimento para quem olha de fora e já tem seus próprios vícios.

Gostei muito

!BBH
!LOL

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I was going to tell you a time travel joke...
but you didn't like it.

Credit: reddit
@xlety, I sent you an $LOLZ on behalf of crazyphantombr

(2/10)
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Obrigada!! Eu gosto muito de falar dessa forma crua, sem tabu sobre a profissão

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@xlety! @crazyphantombr likes your content! so I just sent 1 BBH to your account on behalf of @crazyphantombr. (2/5)

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