EN-PT The day the smoke from the fires in the Amazon reached my city

I live in a subtropical region of Brazil, located in the South. Our ecosystem, or biome, is the Atlantic Forest. However, very little of the original forest remains, with logging, soy, cattle, and a little bit of everything. The devastation of the forest is a consequence of the extractivist mentality that lasted for a long time.

When we were born, we received a completely transformed region. We also received the seed of environmental concern, something that began in the past millennium. Environmental protection campaigns, school activities teaching children to recycle. Everything feels too new, too recent.

But when we look carefully around us, we realize that these are late actions. The environment is sick, and it may be nearing its point of no return. I remember well that, being thousands of kilometers away from the famous Amazon Rainforest, in 2024, for the first time in my life, I could smell the forest. And it was really bad. Full of smoke, which came from the forest suffering from the fires (which we later learned were criminal fires).

Smoke in my small town | Photo: Archive Jônatas Araújo

The community was terrified because we had never experienced such a situation. Many speeches from local authorities were needed on the local radios, in the printed newspapers that still exist here. The smoke affected the health of the population and the children. It was considered to suspend classes, but it didn’t happen.

This chaotic scenario impressed the children and was used in schools to raise awareness among them. Environmental protection campaigns gained strength, and the consequence of negligence was evident everywhere. We could see what happens when nature is not cared for!

I think it's important to do everything possible to avoid harming our ecosystem. At home, we separate recyclable waste, and we reduce our waste because we use a large part of the leftovers for composting. The result of this composting is applied to our organic garden, and we produce some vegetables, salads, and fruits.

But recyclable waste is still a challenge. Despite separating it, the city doesn’t have the processing capacity to take full advantage of everything that’s delivered. A manual selection is done, and the cooperative has a profit motive, so what actually happens is the selection of waste with the highest financial potential. Between paper and aluminum, the preference is for aluminum. Plastic is secondary.

Collectors are installed at strategic points in the city | Photo: Municipal Government Archive

How could we improve this approach? I believe it would be necessary to manage a transportation logistics system so that this material can reach the processing center. In the city, only selection is done, no material is processed here. Of course, it would be great to install an industry and process the regional waste, but I’m not sure if there would be enough demand.

The municipal government could foster other measures to deal with waste. The installation of collectors may seem like a good idea, but the lack of local culture put the plan at risk: residents began mixing organic waste with recyclables. Apparently, not everyone reads the information on the signs, doors, banners, billboards. Despite being written and drawn, with distinct colors, mixed waste is not useful for recyclable collectors, and it ends up being completely discarded.

This demands urgent action.

Eu moro em uma região subtropical do Brasil, fica na região Sul. Nosso ecossistema ou bioma é a Mata Atlântica. Mas da mata original sobrou pouco, madeireira, soja, gado, de tudo um pouco. A devastação da floresta é uma consequência da mentalidade extrativista que perdurou por muito tempo.

Recebemos quando nascemos um região limpa, totalmente transformada. Também recebemos o embrião da preocupação ambiental, algo que ocorreu no milênio passado. As campanhas de proteção ao meio ambiente, as atividades escolares ensinando os pequenos a reciclar. Tudo parece meio novo, recente demais.

Mas quando olhamos com cuidado ao nosso redor percebemos que são ações tardias. O ambiente está doente e talvez esteja próximo de seu ponto sem retorno. Lembro muito bem que, estando a milhares de quilômetros da famosa Floresta Amazônica, no ano de 2024 pela primeira vez na minha vida pude sentir o cheiro da floresta. E foi bem ruim. Cheio de queimado, que chegou através da fumaça da floresta que estava sofrendo com as queimadas (que viemos a saber depois que foram queimadas criminosas).

Fumaça na minha pequena cidade | Foto: Arquivo Jônatas Araújo

A comunidade ficou apavorada pois não tínhamos convivido com esse tipo de situação. Foi necessário muitas falas das autoridades nas rádios locais, nos jornais impressos que por aqui ainda existem. A fumaça afetou a saúde da população e das crianças. Foi cogitado suspender as aulas, mas não chegou acontecer.

Esse cenário caótico impressionou as crianças e foi explorado nas escolas para conscientizar as crianças. Campanhas de proteção ao ambiente ganharam força e a consequência da negligência estava por todos os lados. Pudemos ver o que acontece quando não se cuida da natureza!

Eu acho importante fazer o possível para não causar mal ao nosso ecossistema. Aqui em casa fazemos a separação do lixo reciclável, e reduzimos nosso rejeito pois usamos boa parte dos restos fazendo compostagem. O resultado dessa compostagem é aplicado em nossa horta orgânica e produzimos algumas verduras, saladas, e frutas.

Mas o lixo reciclável ainda é um desafio. Apesar de separarmos, a cidade não tem capacidade de processamento para aproveitar tudo o que é entregue. É feita seleção manual, e a cooperativa tem fins lucrativos, de forma que o que ocorre de fato é a seleção dos resíduos com maior potencial financeiro. Entre um papel e um alumínio, a preferência é do alumínio. Plástico é secundário.

Coletores estão instalados em pontos estratégicos da cidade | Foto Arquivo Prefeitura Municipal

Como poderíamos melhorar essa abordagem? Acredito que seria necessário gerenciar uma logística de transporte para esse material chegar ao centro de processamento. Aqui na cidade é feita apenas a seleção, nenhum material é processado aqui. É claro que seria bom instalar uma indústria e processar o resíduo regional, mas não sei se haveria demanda suficiente.

O governo municipal poderia fomentar outras medidas para trabalhar com a questão dos resíduos. A instalação de coletores pode parecer uma boa ideia, mas a falta de cultura local colocou em risco o plano: os munícipes começaram a misturar os resíduos orgânicos com recicláveis. Aparentemente não são todas as pessoas que lêem as informações de placas, portas, banners, outdoors. Apesar de escrito e desenhado, além das cores distintas, o lixo misturado não é útil para os coletores de recicláveis, e acaba sendo totalmente descartado.

Isso demanda uma ação urgente.