https://img.leopedia.io/DQmdmfbzkXDuRWfTiTRPMPu3Tz2Lk7LQ6noddnV7VHcxsUj/d74c9a65-8252-4e7d-868f-c0143d7c8fc9.png *Representation of the moment when the Federal Police dismantled a slave camp in Bento Gonçalves*
It was February 2023 and the grape harvest workers were preparing for another day of work in the city of Bento Gonçalves in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. The day began at 4 am and often extended until 8 pm. There were 12 to 16 hours of daily work, complemented with beatings with a broom handle, electric shocks, and pepper spray.
The workers were recruited in the state of Bahia where they were promised a job with payment of salary, transportation, food, and lodging. However, when they arrived in the state of Rio Grande do Sul, they were informed that they were already in debt for the costs of the trip and stay. These amounts were charged immediately, configuring debt bondage from the first contact with the employer.
This constituted work analogous to slavery.
On February 22, 2023, an inspection by the Ministry of Labor and Employment (MTE) rescued 208 workers in conditions analogous to slavery in Bento Gonçalves, state of Rio Grande do Sul. The person responsible for recruiting these workers was Pedro Augusto Oliveira de Santana, owner of the company Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. This company provided outsourced services to the large Brazilian wineries: Aurora, Garibaldi, and Salton.
It is not known for how many years this practice was repeated, but it is clearly not an isolated event. There is enormous prejudice from the southern states of Brazil against the northeastern states of Brazil, so it is no wonder that the businessman went to Bahia to look for slave labor.
On the other hand, it is not reasonable to believe that 200 people can live in seclusion in a city without a repressive organization composed of several people, who certainly acted to maintain the labor exploitation carried out there. It is not possible to believe that only one person, Mr. Pedro Augusto Oliveira de Santana, managed to control and hide 200 workers alone. There was help and these people, in a position analogous to the overseers of the time of slavery, must pay for their actions and omissions.
Imagine that 5 buses arrive in a city, and they all go to the same farm, where 200 people are disembarked. Nobody saw it? I don't think so.
The slave master is not in prison. He was, but he was released and is awaiting his trial in freedom. He has better treatment than what he offered to his slaves.
Some say that more inspection is necessary, that is, they argue that the state should increase the number of employees, aiming to combat abusive labor relations. I think they are wrong, and that the way is not to increase inspection, but to increase society's education so that all types of abuse are stopped. The normalization of violence and subservience is condemning our society, and it needs to be stopped.
We already have laws determining a minimum relationship between employer and employee, what is unbalancing the scale is the capitalist exploratory greed that puts human beings in degrading situations for the sake of maximum exploitation of labor.
In addition to extracting the value of labor, expropriated from the worker, it also takes his life.
And what do you think?
Representação do momento onde a Polícia Federal desmonta acampamento escravo em Bento Gonçalves
Era fevereiro de 2023 e os trabalhadores da colheita da uva se preparavam para mais um dia de trabalho na cidade de Bento Gonçalves no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. A jornada começava as 04 horas da manhã, e muitas vezes se estendia até as 20 horas da noite. Eram de 12 a 16 horas de trabalho diário, complementado com surras com cabo de vassoura, choques elétricos e spray de pimenta.
Os trabalhadores foram recrutados no estado da Bahia onde a eles foi prometido um trabalho com pagamento de salário, transporte, alimentação e hospedagem. No entanto, quando chegaram no estado do Rio Grande do Sul, foram informados de que já estavam endividados com os custos da viagem e da estadia. Esses valores foram cobrados de forma imediata, configurando uma servidão por dívida desde o primeiro contato com o empregador.
Isso configurou o trabalho análogo à escravidão.
Em 22 de fevereiro de 2023, uma inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 208 trabalhadores em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves, estado do Rio Grande do Sul. O responsável pelo recrutamento destes trabalhadores foi Pedro Augusto Oliveira de Santana, dono da empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. Essa empresa prestou serviço terceirizado para as grandes vinícolas brasileiras: Aurora, Garibaldi e Salton.
Não se sabe por quantos anos essa prática foi repetida, mas claramente não é um fato isolado. Existe um enorme preconceito por parte dos estados do sul do Brasil contra os estados do nordeste do Brasil, então não é à toa que o empresário foi buscar na Bahia por mão de obra escrava.
Por outro lado, não é razoável acreditar que 200 pessoas possam viver reclusas em uma cidade sem que exista uma organização repressora composta por diversas pessoas, que certamente agiram para manter a exploração do trabalho ali realizada. Não é possível acreditar que apenas uma pessoa, o senhor Pedro Augusto Oliveira de Santana, tenha conseguido sozinho controlar e esconder 200 trabalhadores. Houve ajuda e essas pessoas, na posição análoga aos feitores do tempo da escravidão, devem pagar pela suas ações e omissões.
Imagine que chegam 5 ônibus em uma cidade, e todos vão para uma mesma fazenda, onde 200 pessoas são desembarcadas. Ninguém viu? Acho que não.
O senhor dos escravos não está preso. Chegou a ser, mas foi solto e aguarda em liberdade o trâmite do seu processo. Tem um tratamento melhor do que aquele que ofereceu aos seus escravos.
Alguns dizem que é necessário mais fiscalização, ou seja, defendem que o estado deve aumentar o número de funcionários, visando combater as relações de abuso de trabalho. Acho que estão errados, e que o caminho não é aumentar a fiscalização, e sim aumentar a educação da sociedade para que todos os tipos de abuso sejam cessados. A normalização da violência e da subserviência está condenando nossa sociedade, e precisa ser parada.
Já temos leis determinando uma relação mínima entre empregador e empregado, o que está desequilibrando a balança é gana exploratória capitalista que coloca o ser humano em situações degradantes em pról da exploração máxima da mão-de-obra.
Além de extrair o valor do trabalho, expropriado do trabalhador, também lhe tira a vida.
E você o que acha?
Posted Using INLEO
This text made me think about how slavery has changed its form, but remains present. The example of human trafficking and the exploitation of girls in forced marriages is sobering and illustrates this reality well. I also found the story of the worker trapped in debt striking, because it shows how even "common" situations can be forms of modern slavery.
!PIZZA
!BBH
!LOL
Obrigado por promover a comunidade Hive-BR em suas postagens.
Vamos seguir fortalecendo a Hive
Acho que hoje em dia ta cada vez mais dificil acontecer no pais...ainda acontece mas o pessoal denuncia e quebra tudo!