I’ve lived in 17 houses in 36 years. And what about rent in Brazil? [EN/PT]

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I could say I’m a specialist in moving. Not in life, career, or love. Moving houses, really — with cardboard boxes, duct tape, and that feeling of starting from scratch for the 17th time in 36 years. Yes, I counted: seventeen houses (unless I forgot one). Sounds like an exaggeration? Well, it’s reality. And believe me, each one taught me something about this Brazilian institution we call rent.

Renting in Brazil is almost an extreme sport. You think you’re just looking for a roof over your head, but deep down you need detective, psychologist, and accountant skills. The ad says “quiet neighborhood”? Translation: you’ll discover a church with drums and speakers on the very first Sunday. The contract has fine print? That’s where the ghost of unexpected increases lives.

I’ve fallen into some rental traps. Like that house with a huge backyard (my dream, so my dogs could run free). Beautiful on paper. In practice: the kitchen ceiling collapsed, the water tank burst, and my house flooded. Another time, I rented a cute apartment that looked like something from Pinterest… but the “light-colored” wall peeled more than a tourist’s skin in the Cabo Frio sun.

And it’s not just the house itself. It’s the full package: neighbors who feel like telenovela characters, condo managers who act like sheriffs, landlords who disappear when the shower breaks. I’ve had my fair share of all of them.

From the tenant’s side, everyone’s heard the classic line: “Take care of it as if it were yours.” But let’s be honest: it’s not always that simple. You take care, try to keep the house in good shape, but if something goes wrong, some landlords think you’re “making up problems.” On the other hand, I know there are people who actually trash the place. I’ve heard horror stories.

The tenant–landlord relationship only works when there’s trust. Sounds obvious, but it’s rare. When it does happen, it’s great: the owner fixes things quickly, the tenant pays on time, and everyone’s happy. But, like everything in Brazil, it often turns into a soap opera.

And then comes the inevitable line: “If you add up everything you’ve paid in rent, you could have bought an apartment.” Look… maybe. But by that logic, if I added up all the pizzas I’ve ordered on weekends, I could’ve bought a fancy imported car. It’s not that simple.

Buying property in Brazil requires stability — financial and emotional. And honestly: who has that these days? Renting, with all its struggles, gives you flexibility. If it doesn’t work out, you pack up your boxes, call a friend with a car (or some improvised mover), and move on to the next chapter. I, with my collection of 17 different addresses, know exactly how each house became a different version of me.

The poetic side of it is that renting teaches you detachment. You realize that “home” isn’t about walls, floors, or location. It’s about what you put inside it — your books, your plants, your dogs, your memories. I’ve turned a studio apartment into a palace and a spacious two-story house into a prison.

With every move comes a mix of anxiety and hope. Will the neighbors be nice? Will the shower actually heat up? Will everything fit? In the end, it always does. Even if it means stacking boxes in the living room for two months before actually organizing.

Renting in Brazil is basically this: a dance between dreams, bills, and not-so-pretty realities. There’s frustration, there are traps, but there are also good stories to tell. And with my collection of 17 keys throughout my life, I can say that if there’s a secret formula to avoid too much pain, it’s to look beyond the price, ask beyond the obvious, and most importantly, learn to laugh at the chaos.

Because in the end, the house may be temporary, but the stories stay.

_{All the content, pics and editions are of my authorship.
Written in PT-BR. Translated to EN-US using ChatGPT.
Cover: created by ImageFX.}

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[PT]

Eu poderia dizer que sou especialista em mudança. Não de vida, de carreira ou de amor. Mudança de casa mesmo, com caixa de papelão, fita crepe e aquela sensação de estar começando do zero pela 17ª vez em 36 anos. Sim, eu contei: dezessete casas (se eu não tiver esquecido nenhuma). Parece exagero? Pois é a realidade. E, acredite, cada uma me ensinou um pouco sobre essa instituição brasileira chamada aluguel.

Alugar no Brasil é quase um esporte radical. Você entra achando que está só procurando um teto, mas no fundo precisa de habilidades de detetive, psicólogo e contador. O anúncio diz “bairro tranquilo”? Tradução: você vai descobrir a presença de uma igreja com bateria e caixa de som logo no primeiro domingo. O contrato tem letras pequenas? Pois é, nelas mora o fantasma do reajuste inesperado.

Já caí em algumas ciladas locatícias. Tipo aquela casa com quintal enorme (meu sonho para deixar minhas cachorrinhas correrem soltas). Lindo no papel. Na prática: o teto da cozinha desabou, a caixa d'água estourou e minha casa inundou. Outra vez, aluguei um apê fofinho, parecia de Pinterest… mas a parede “clarinha” descascava mais que pele de gringo no sol de Cabo Frio.

E não é só a casa em si. É o pacote completo: vizinhos que parecem personagens de novela, síndicos que se acham xerifes, donos de imóvel que somem quando o chuveiro quebra. Já tive contato com todos os tipos.

Do lado de quem aluga, todo mundo já ouviu a máxima: “Cuide como se fosse seu”. Mas vamos combinar? Nem sempre é tão simples. Você cuida, tenta manter a casa redondinha, mas se algo dá errado, tem proprietário que acha que você está “inventando problema”. Por outro lado, sei que tem gente que realmente destrói imóvel. Já ouvi histórias de terror.

A relação inquilino-proprietário só funciona quando há confiança. Parece óbvio, mas é raridade. Quando acontece, é lindo: o dono resolve as coisas rápido, o inquilino paga em dia, e todo mundo segue feliz. Mas, como tudo no Brasil, muitas vezes vira novela mexicana.

E o pior é que a gente acaba sempre escutando aquele papo: “Ah, mas se você somar o que já pagou de aluguel, dava pra ter comprado um apartamento”. Olha… talvez. Mas também dava pra ter comprado um carro importado se eu somasse todas as pizzas de fim de semana. Não é tão simples.

Comprar imóvel no Brasil exige estabilidade — financeira e emocional. E cá entre nós: quem tem isso hoje em dia? O aluguel, com todos os perrengues, dá flexibilidade. Se não rolar, você pega suas caixas, chama um amigo com carro (ou um carreto improvisado) e parte para o próximo capítulo. Eu, que já acumulei 17 endereços diferentes, sei bem como cada casa foi uma versão de mim.

O lado poético da coisa é que o aluguel te ensina desapego. Você percebe que lar não é parede, nem piso, nem localização. É o que você coloca dentro dele — seus livros, suas plantas, suas cachorras, suas memórias. Eu já fiz de kitnet meu palácio e de sobrado espaçoso uma prisão.

A cada mudança, vem uma mistura de ansiedade e esperança. Será que os vizinhos serão legais? Será que o chuveiro esquenta? Será que vai caber tudo? No fim, sempre cabe. Nem que seja empilhando as caixas na sala por dois meses até de fato organizar.

Morar de aluguel no Brasil é meio isso: uma dança entre sonhos, boletos e realidades nem sempre agradáveis. Tem frustração, tem cilada, mas também tem histórias boas pra contar. E eu, com minha coleção de 17 chaves diferentes ao longo da vida, posso dizer que se existe uma fórmula secreta para não sofrer tanto, ela é olhar além do preço, perguntar além do óbvio e, principalmente, aprender a rir do perrengue.

Porque no fim, a casa pode ser temporária, mas as histórias ficam.

_{Todo o conteúdo, imagens e edições são de minha autoria.
Escrito em PT-BR. Traduzido para EN-US usando o ChatGPT.
Capa: criada com ImageFX.}

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